domingo, 16 de agosto de 2009

Divã - Capítulo 7


DESPEDIDA


[Eduardo] Já conheci várias pessoas, de vários tipos diferentes, mas sempre tem aquele ou aquela que nos cativa.

Pois é, comigo não é diferente.

Desde que comecei a entrar na internet, vivo rodeado de pessoas: seja virtualmente ou pessoalmente. O fato é que me sinto super bem dentro de um mundo, seja ele real ou não. Pergunto-me – às vezes – por que sou assim e o pior, não obtenho respostas.

Ontem eu estava conversando com um novo amigo virtual e constatei que ele me conquistou de uma maneira que poucas pessoas fizeram. Acho que quando Deus elaborou minha mente, meus costumes, Ele fez questão de colocar uma sensibilidade de percepção de caráter. Engraçado? Demais. Até hoje não entendo que coisa é essa que estou definindo agora, o fato é que inventei isso – ou alguém inventou.

Meu melhor amigo – você irá rir – é virtual. Chama-se Victor e tem olhos verdes. Um amor de pessoa: atencioso, amoroso, cuidadoso, alegre, carismático, fiel... O que querer mais de uma pessoa, além disso? Poucas são as pessoas que me deixam assim. Que influem na minha vida dessa forma. E ele faz isso.

Além desse detalhes que fazem toda diferença, adoro estar com os amigos “reais”. Eles me fazem super bem. Quando estou precisando de um abraço, graças a Deus, sempre tem um por perto, ou que está interessado em fazer isso. Deixei muita gente para trás, Dra. Laura, mas eu também fiz muita coisa agora, no presente.

Resumindo minha história: EU SOU FELIZ! GOSTO DE SER QUEM SOU E QUERO CONTINUAR SENDO.

É ruim quando passamos pela vida e não construímos nada, ou pensamos que nada foi feito. É totalmente humano achar isso, mas é cruel também.

Como diz um dos meus autores preferidos, Fernando Pessoa: “Às vezes ouço passar o vento; e de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”. Isso é o que faz minha vida andar, ter o nascimento dia após dia.


- Simplesmente emocionante, Eduardo. É uma pena que seja sua ultima visita ao meu consultório.

- Pois é. Eu estou me mudando novamente, outra cidade, outros amigos, mais uma história.

- Então tá! Olha, mande noticias sempre que possível. Você tem meu numero e também meus outros endereços eletrônicos, fique a vontade.

- Pode deixar Dra. Acabamos como amigos, e isso para mim é perfeito. Muito bom! Mais uma vez obrigado, precisava realmente dessa experiência. Vemos-nos pela vida.

- Com certeza, Eduardo.


Despedimo-nos com dois beijinhos no rosto e logo deixei a sala. No fundo, eu realmente iria sentir falta daquela nova amiga, daquele divã e das coisas que contara ali. Contara para uma pessoa que no início era apenas estranha e que depois se tornou a segunda pessoa que mais sabia de minha vida.


...FIM!