terça-feira, 11 de maio de 2010

Ando porque quero andar. Paro quando quero parar.




Ando porque quero andar.
Se eu quisesse ficar parado, também ficaria. Mas se eu pudesse escolher, ficaria parado numa viela, cheia de casas amarelas, com janelas azuis... Todas com jardineiras.
Flores. O perfume, o macio das pétalas.
Gostaria que nesse ambiente tivesse muito vento, a mí me gusta el viento.  A sensação de liberdade é grande, forte...
Minha casa teria dois jardins: um com rosas e o outro com flores do campo para simbolizar tudo o que vem de longe. Inclusive meu amor.
O amor. Sentimento abstrato, sem tempo de vinda e nem ida.
Um anjo. Algo que não vemos, mas que sabemos que existe. Aliás, existem anjos e os vemos. Dizem que sou um, será?
Música. Aquilo que surpreende, deixa marcas, deixa sentido.
Pessoa. Ser que não se explica. Palavra com dois ‘ésses’.
Sorriso. Janela da alma. Janela e porta.
Costumo dizer que tenho cinco faces:  quatro de homens e uma de mulher.
As faces masculinas se dividem em ser criança, ser adolescente, ser adulto e ser idoso.
A face feminina – que é apenas uma – é a face esperta, selvagem, ‘inocente’.
Cinismo. Uma das melhores qualidades – e também defeito- que tenho. Prezo-o, porém sabendo que há horas que se transforma num defeito grande.
Crise. Tenho muitas. Estou numa.
Pais. Sempre fui um pouco, mesmo tendo essa pouca idade e mesmo que nunca tenha tido filho.
Psicólogo. Estou agora precisando de um, já que sempre estive presente, sempre fui um.
Eu ando. Paro. No trilho. No trilho de um trem. Perigoso, mas ando. Não sei se ele [o trem] vai esperar eu passar. Se não esperar, estoy muerto. Estás sin mí y yo sin ti.
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Música que me inspirou o texto: Clique aqui!