RE-LEMBRANDO – parte 2
Fui à próxima consulta com minha psicóloga, a Dra Laura. Enfim, havia chegado à hora de contar os meus “problemas” a partir da adolescência. Lá estava eu, mais tranqüilo, claro, depois de duas sessões.
- Olá Edu! Tudo certo?
- Sim Doutora. Eu estou tranqüilo, mais calmo – sorri e dando-lhe dois beijos no rosto como saudação.
- Então, pronto para a próxima sessão?
- Sim. Hoje quero falar da minha adolescência. Acho que é a hora e será bom colocar algumas coisas para fora, igual da outra vez.
Ela sorriu e me ofereceu o divã, aquele sofá espaçoso, mas que quando eu ali deitava, sentia-me excessivamente confortável e protegido. Não sei exatamente o porque, porém apercebia-me acolhido naquele local. Comecei a contar sobre as coisas que já havia escutado e das que aprendi durante a minha adolescência. Logo em seguida, entrei no detalhe que muitos não gostam de falar ou escondem. O fato da minha opção sexual.
- Conte-me tudo. – disse olhando em meus olhos e aparentando estar muito mais interessada nesse assunto do que nos anteriores.
Pois é. Meus pais descobriram que sou gay. Descobriram de um jeito chato, mas pelo menos descobriram. Muitos já desconfiavam – inclusive meus pais, até mesmo que eu estivesse namorando. Eram apenas desconfianças. Quando eles tiveram certeza, ficaram sem falar comigo, foi uma época difícil para mim. Dentro da minha própria casa existia o preconceito e eu só fui perceber realmente isso quando cheguei a esclarecer tudo. Esclarecimento que me custou meses de choro, de tristeza, porém também de alivio. Sentia-me aliviado por não ter que esconder mais as coisas, a minha realidade. Com o tempo eles foram aceitando. Até fui ver meu namorado. E sabe quem foi comigo? Meu pai. Exatamente! O homem que durante algum tempo ficou calado, queria ver de perto quem era a pessoa que me fazia feliz. Dessa vez, sem preconceitos. Comecei a amar ainda mais meu pai. Ele, o durão da casa que nunca aceitaria isso, passou a aceitar. Passou a respeitar. Sem duvidas, o meu ídolo, meu herói.
- Quem era seu namorado?
- Essa é uma outra historia. Feliz, entretanto, melancólica em algumas partes.
- Depois você me conta. Pelo jeito te marcou e você ainda se recorda disso com muito carinho.
- Sim, com certeza. Aquele garoto foi meu amor. Aliás, é.
- Você fala com um brilho no olhar. É apaixonante. Mas me diga, onde esse seu ex mora?
- São Paulo. Não tinha lugar mais perfeito, não é?! – de repente muitas risadas.
- Nossa!!
- Pois é, meu pai me levou lá. Era a primeira vez que iria vê-lo depois de um ano de namoro, ou mais.
- E vocês namoravam por...
- Sim. Pelo MSN, pela webcam. Estranho, mas era.
Rimos juntos e apesar de meus olhos estarem cheios de lagrimas, eu estava alegre. Ela também sorria como se a historia tivesse acontecido com ela. Ficamos rindo durante um longo tempo, quando o relógio despertou avisando que o horário havia acabado, Dra Laura lamentou e claro, eu também. Eu estava tão à vontade. Tão à vontade como quando contei a minha melhor amiga que estava namorando esse garoto. Tão à vontade quando o vi pela primeira vez. Confortável.
- Tchau, doutora. Até mais. – acenei.
- Ligarei para sua casa para marcar a próxima sessão. Estou tendo uma idéia, depois lhe falo. Até logo! – também acenou entrando novamente em sua sala e fechando a porta.
- Olá Edu! Tudo certo?
- Sim Doutora. Eu estou tranqüilo, mais calmo – sorri e dando-lhe dois beijos no rosto como saudação.
- Então, pronto para a próxima sessão?
- Sim. Hoje quero falar da minha adolescência. Acho que é a hora e será bom colocar algumas coisas para fora, igual da outra vez.
Ela sorriu e me ofereceu o divã, aquele sofá espaçoso, mas que quando eu ali deitava, sentia-me excessivamente confortável e protegido. Não sei exatamente o porque, porém apercebia-me acolhido naquele local. Comecei a contar sobre as coisas que já havia escutado e das que aprendi durante a minha adolescência. Logo em seguida, entrei no detalhe que muitos não gostam de falar ou escondem. O fato da minha opção sexual.
- Conte-me tudo. – disse olhando em meus olhos e aparentando estar muito mais interessada nesse assunto do que nos anteriores.
Pois é. Meus pais descobriram que sou gay. Descobriram de um jeito chato, mas pelo menos descobriram. Muitos já desconfiavam – inclusive meus pais, até mesmo que eu estivesse namorando. Eram apenas desconfianças. Quando eles tiveram certeza, ficaram sem falar comigo, foi uma época difícil para mim. Dentro da minha própria casa existia o preconceito e eu só fui perceber realmente isso quando cheguei a esclarecer tudo. Esclarecimento que me custou meses de choro, de tristeza, porém também de alivio. Sentia-me aliviado por não ter que esconder mais as coisas, a minha realidade. Com o tempo eles foram aceitando. Até fui ver meu namorado. E sabe quem foi comigo? Meu pai. Exatamente! O homem que durante algum tempo ficou calado, queria ver de perto quem era a pessoa que me fazia feliz. Dessa vez, sem preconceitos. Comecei a amar ainda mais meu pai. Ele, o durão da casa que nunca aceitaria isso, passou a aceitar. Passou a respeitar. Sem duvidas, o meu ídolo, meu herói.
- Quem era seu namorado?
- Essa é uma outra historia. Feliz, entretanto, melancólica em algumas partes.
- Depois você me conta. Pelo jeito te marcou e você ainda se recorda disso com muito carinho.
- Sim, com certeza. Aquele garoto foi meu amor. Aliás, é.
- Você fala com um brilho no olhar. É apaixonante. Mas me diga, onde esse seu ex mora?
- São Paulo. Não tinha lugar mais perfeito, não é?! – de repente muitas risadas.
- Nossa!!
- Pois é, meu pai me levou lá. Era a primeira vez que iria vê-lo depois de um ano de namoro, ou mais.
- E vocês namoravam por...
- Sim. Pelo MSN, pela webcam. Estranho, mas era.
Rimos juntos e apesar de meus olhos estarem cheios de lagrimas, eu estava alegre. Ela também sorria como se a historia tivesse acontecido com ela. Ficamos rindo durante um longo tempo, quando o relógio despertou avisando que o horário havia acabado, Dra Laura lamentou e claro, eu também. Eu estava tão à vontade. Tão à vontade como quando contei a minha melhor amiga que estava namorando esse garoto. Tão à vontade quando o vi pela primeira vez. Confortável.
- Tchau, doutora. Até mais. – acenei.
- Ligarei para sua casa para marcar a próxima sessão. Estou tendo uma idéia, depois lhe falo. Até logo! – também acenou entrando novamente em sua sala e fechando a porta.
7 comentários:
ai que lindo tá ficando esse texto.
apaixonante.
ai, como vc é lindo luh.
te amo demais
beijo
"Os ignorantes são mais felizes(...)
O tempo não pára e a gente ainda passa correndo
E eu fiquei aqui, tentando agarrar o que eu puder
Ando fraca
Sinto que estou reunindo minhas coisinhas
Me concentrando
Se pudesse, guardava tudo numa garrafa, e bebia de uma vez."
"procure dividir-se em alguém, procure-me em qualquer confusão"
acabo de me lembrar desse trechinho de música.
não há dúvidas que todo mundo precisa de alguem em quem possa se dividir, pra aliviar todo o peso que carrega nas costas.. do mundo, do coração, da alma... pra que possa se sentir mais livre, mais leve e então seguir adiante!
nada é tão complicado ou impossível como a gente pensa, a maioria das vezes os piores obstáculos foram criados inconscientemente por nós mesmos. e quando decidimos nos libertar deles, viver torna-se um exercício bem mais doce, feliz e prazeroso :) simplesmente!
"cuida do teu, pra que ninguém de jogue no chão
procure dividir-se em alguém
procure-me em qualquer confusão"
Adeus Você (Los Hermanos)
foda. Desculpe o termo de baixo calão num compêndio tão rico em vocabulário e experiências.
mas eu não sei o que faria da minha vida se olhasse pruma garota e me interessasse por ela.
vc é forte, rapaz.
Luh. amei, alias continuo amando, to realmente anciosa para os proximos capitulos,rs (e nao e puxação de saco!)
Estou morrendo de saudades, e quer saber, quando eu leio eu sinto que você esta contando pessoalmente.
Você tem este dom!
^-Leticia Lello
(Descupa a minha burrice.)
atualizaaaaaaaaaaaa
Postar um comentário